25 de mai. de 2015

CASA COR SÃO PAULO 2015 - LIVRARIA DA VILA - JÚLIO CESAR DANTÈS


 "O Brasil que o Brasil não conhece" é o conceito utilizado na Livraria da Casa Cor 2015
O designer de interiores Julio César Dantès misturou peças de diversos estilos e épocas em seu projeto, conseguindo o que parecia impossível, ou seja, um ambiente harmônico.



O garimpo elegante do designer de interiores Julio César Dantès é o ponto alto da Livraria da Casa Cor 2015 e está presente por todo o ambiente, tanto nos móveis como nas peças, que fazem referência a épocas diferentes do Brasil e à nossa cultura.




Para conceber seu projeto, Dantès partiu do conceito "Brasil que o Brasil não conhece". Em sua visão, somos um país determinado, generoso e às vezes implacável, um verdadeiro "caos organizado".



Para imprimir essa ideia de forma harmoniosa, o designer investiu nos tons neutros do cinza e beije e nas cores marrom e preto. As paredes e o teto foram revestidas de papel com textura de juta da Bucalo, garantindo a unidade do espaço. Isso para, em seguida, poder mostrar sua irreverência característica, por meio dos móveis e objetos.


Ao entrar no ambiente, o visitante é recebido pela imponência dos dois lustres Baccarat “Marie Coquine Chandelier”, assinados por Philippe Starck, que coexistem com mesas da marca mineira Líder Móveis, inspiradas na arquitetura da cidade de Brasília, ao lado de outras da marca Breton que relembram o barroco mineiro. Reforçando o ecletismo de estilos, sobressai o aparador, desenhado pelo próprio Dantés, que ganhou o nome de #BeloqueSou.




Na mesma linha, peças de épocas diferentes do Antiquário Began se misturam com os livros nas mesas e as estantes, que são assinadas pela fábrica D'Marco. Telas à óleo da época do império, anjos barrocos e peças assinadas convivem de forma harmoniosa no “caos organizado” do designer, que ainda inclui mesas, bancos, poltronas, mesas de apoio e até mesmo três pufes que fazem referência ao doce que é preferência nacional, o brigadeiro, em uma referência à brasilidade.




Para escolha dessas peças, o designer contou com a curadoria da arquiteta e também designer Shisha Kessin. O espaço reúne nomes como Pedro Petri, Estúdio Nada Se Leva, Henk Nieman , Fabíola Bergamo e a própria Shissa, em parceria com a Gerbar, marca retrô genuinamente brasileira, cujo ventiladores estão por todo lado.



A curadoria da designer e o garimpo de Dantès dão atenção especial a uma tendência atual, o cobre, que está presente na luminária e puff de  Fabíola Bérgamo, no ventilador de pé retrô da Gerbar, na mesa de apoio criada por Shisha Kessin e nos puxadores de cobre nas estantes que encontran-se em linha na Fabrica D'Marco.




Arrematado por uma instalação vegetal, assinada por Judith Pottecher, o ambiente ganha requinte e sofisticação onde os objetos da Loeil, asseguram o refinamento do projeto


Mas o tema “brasilidade” é contundente mesmo na Sala de Convivência, ponto alto da Livraria. Nela, o conceito de garimpo também vai às últimas consequências. As misturas revelam a identidade do profissional e sua linguagem mista. O profano e o religioso convivem em harmonia, no nu masculino "A Cidade de São Paulo", do fotógrafo Marcelo Magnani, ao lado do crucifixo do século 17, sob o bar dos anos 50 da Began. A colcha de retalhos divide espaço com o a instalação “Garimpando”, do banqueteiro Marcelo Sampaio, onde fotos, recortes e ícones da cultura brasileira se misturam, com destaque para as cabeças de “Bumba meu boi”. “E esse é o Brasil que o Brasil não vê", encerra Dantès.